terça-feira, 15 de setembro de 2015

Será o fim dos livros de Xadrez? (II)

Há alguns meses, escrevi aqui sobre o fim dos livros de Xadrez. O mote foi a percepção que tive da escassez crescente de títulos sobre nosso amado jogo nas maiores, e menores, livrarias das cidades por onde tenho andado. Infelizmente, daquele texto para cá, a situação só piora.

Desta vez, acredito que o sinal de decadência é claro e irreversível. Vejam só o que descobri na seção de Xadrez de uma grande livraria de um grande shopping no Rio de Janeiro:

Seção de Xadrez numa das maiores redes do País.

Chegamos ao ponto de a seção de Xadrez ser composta basicamente de livros sobre o jogo de Pocker (que tem atraído muito enxadristas, pelas similaridades analíticas e pelo potencial financeiro bem maior). Até aí, o susto estava moderado. Peguei, então, um dos poucos livros de Xadrez na seção e me deparei com mais um disparate:

Um guia "definitivo" com dois erros grosseiros logo na capa.
Como pode a editora deixar passar uma capa dessas? Com dois erros crassos!? Uma que salta aos olhos: os cavalos e os bispos com a posição trocada (o outro erro, deixo como desafio ao leitor).

A desilusão estava grande, e fui caminhando para a saída da loja, onde estavam títulos com grande desconto, a maioria por R$ 9,90. Fiquei ali remexendo nos livros em oferta e tive a maior surpresa do dia:

Um clássico, jogado ali, entre as pechinchas.
O volume I da coleção predecessores do Kasparov (que, aliás, é o último dos grandes campeões do mundo cuja obra literária é digna de nota), em inglês (a original), em capa dura, ali, jogado no meio de livros sobre esoterismo e auto-ajuda. Um insulto sem tamanho! Lembro que, não tem nem um ano, eu vi o mesmo volume noutro local por mais de R$ 100.

Reduzida a indignação, fiz a única coisa decente para a ocasião: comprei o livro e saí limpando os pés na soleira da loja.

LancesQI

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