sábado, 22 de dezembro de 2018

Xadrez: Jogo-Arte-Ciência-Filosofia

Não sei dizer o que eu mais aprecio no xadrez, pois as qualidades do jogo-arte-ciência que mais saltam à minha vista vão mudando conforme os anos passam.
A criança se interessou pelas peças tão diferentes, belas e cheias de personalidade (xadrez arte). O adolescente atraiu-se pela profundidade científica, pelo alcance da estratégia, pela infalibilidade da tática (xadrez ciência). Ao jovem adulto interessava o caráter competitivo, vencer partidas, ganhar pontos... (xadrez jogo).
E o adulto de hoje? Bem, em diversas ocasiões sou brindado com uma nova faceta dessa maravilhosa criação humana que é o xadrez!
Um dia desses, tentando levar o xadrez a mais pessoas, mostrei o diagrama abaixo para alguns amigos que sabem as regras do jogo, mas não o praticam com frequência.


Pedi a eles que tentassem identificar a ideia que leva as brancas à vitória em somente duas jogadas.
Depois de algumas tentativas que não alcançaram o xeque-mate, mostrei a eles a ideia do sacrifício da dama: 1. D×h7+!
Todos ficaram surpresos e deram a mesma resposta: "eu jamais pensaria em sacrificar minha dama, sou um cavalheiro à moda antiga".
Talvez fosse brincadeira, mas isso me mostrou algo: tomar um pedaço de madeira que chamam de rainha por uma pessoa do sexo feminino não ajuda em nada a vencer uma partida. Peças de xadrez são apenas peças, não precisam sequer ter uma representação física!
Meus amigos não descobriram o xeque-mate por, inconscientemente, transformarem em realidade algo que só existe na fantasia (a peça de xadrez recebe uma denominação feminina, mas é somente uma peça de xadrez).
Assim, veio o ensinamento:
no xadrez, como na vida, transformar o imaginário em algo real só nos distanciam do nosso real objetivo!
Bem, é isso que o xadrez significa para mim hoje, uma fonte imprevisível de profundos ensinamentos (xadrez filosofia)!

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